PARA ALÉM DESSE SILÊNCIO
À luz de velas, recolho-me.
Faço figuras com sombras na parede.
Na distância que estou
o mundo lá fora não me alcança.
Retornei para além desse silêncio.
Retornei para o que sempre fui:
lenha, cabra, abismo, centelha.
Despeço-me de antigas armaduras.
Há uma chuva que não pára,
com ela chegam coisas definitivas.
“Jamais abandonar a Poesia”,
disse-me a flor com delicada firmeza.
Adormeço
e a ferida oceânica se fecha.
(Marize Castro)
Nenhum comentário:
Postar um comentário