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No entanto, minha solidão aqui às vezes é tão real que posso tocá-la com a mão. Outro dia, de madrugada, me senti acabando, me deu aquele medo de mergulhar no sono, aquela angústia, pavor do desconhecido, velhos remorsos voltando à garganta, sentimento de culpa (quem não tem? diz você, com o pecado original, mas o original não é nada, as cópias é que são o diabo), sensação de estar existindo e, portanto, de estar morrendo, meu Deus!
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Se você soubesse a minha alegria com a carta sua, você passava o dia me escrevendo, para dar luz a este cego.
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Otto Lara Resende em carta a Fernando Sabino
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